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ALÉM DO BERIMBAU

  • Este é um espaço onde historiadores voltados
  • 3 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

Esta coluna titulada ALEM DO BERIMBAU tem como objetivo central receber artigos, resenhas e outras informações de gêneres, onde vão tratar e enriquecer a História, Cultura, Artes, Culinária e Religiosidade Afro-brasileira e indígena.

Começamos falando do instrumento que intitula a coluna, o BERIMBAU é um instrumento musical de corda bastante conhecido no Brasil por ser um dos elementos centrais das rodas de capoeira, definindo onde começa e termina a Roda e regras, a velocidade do jogo e do estilo e ritmos da dança. Acredita-se que o mesmo tenha surgido em antigas tribos africanas, as quais o usavam em rituais fúnebres, e sido vindo para o Brasil por meio dos escravos em 1538.

Como surgiu o Berimbau?

Ao analisarmos o berimbau como um modelo de arco musical, sua origem nos remete a épocas mais antigas. Estima-se que este tenha sido um dos primeiros instrumentos que o homem usou para emitir sons, realidade comprovada por meio de pinturas encontradas em cavernas na região sudeste da França.O arco musical provavelmente tenha surgido em algum momento entre quinze a vinte mil anos atrás. Acredita-se que, o mesmo esteve presente em festividades de egípcios, mesopotâmicos, persas, fenícios, entre outros povos

“A grande dúvida dos estudiosos, até hoje sem resposta, é se foi o arco usado para atirar flechas que deu origem ao arco musical ou se ocorreu o contrário. Seja como for, "O berimbau é a alma dessa mistura de dança e arte marcial, definindo tanto os movimentos quanto o ritmo", afirma a historiadora Rosângela Costa Araújo, doutoranda na USP e fundadora do Grupo Nzinga de capoeira-angola”.

Na África, ele marca presença como acompanhamento musical de rituais fúnebres - e no Brasil também foi usado, no século XIX, por escravos recém-libertados para atrair compradores para os doces que vendiam nas ruas. O berimbau é um instrumento sofisticado, capaz de emitir várias sonoridades. Existem três tipos de berimbaus,que diferem pelo tamanho da Cabaça e pelo passo de som que produzem:

Gunga é o maior tipo de Berimbau, ele produz um tom baixo do som, e começa a tocar primeiro. Após o Gunga vem o Médio. O menor Berimbau é chamado Viola. Ele produz o campo sonoro mais elevado entre os três

Percussão sofisticada, para tocar berimbau é preciso dominar seus sete componentes

Baqueta

A vareta de madeira, que mede entre 30 e 40 cm, é batida contra a corda para emitir o som

Dobrão

Normalmente é uma moeda velha - mas há quem use uma pedra em seu lugar. Ela é segurada entre o polegar e o indicador da mão esquerda e faz variar as notas emitidas pelo berimbau, dependendo da pressão que faz na corda

Cabaça

O fruto seco e limpo da cabaceira (árvore comum no norte do Brasil) tem o formato de uma cuia e funciona como caixa de ressonância

Verga

O arco, com cerca de 1,60 m de comprimento, é feito geralmente do caule de um arbusto chamado biriba, comum no Nordeste

Corda

O fio de arame de aço bem esticado costuma ser arrancado de pneus radiais

Amarração da cabaça

O barbante que prende a cabaça à verga ajuda a passar para ela o som emitido pela corda

Caxixi

O pequeno chocalho (com pedrinhas, sementes ou búzios) reforça a marcação do ritmo

Bibliografia

  1. FRUNGILLO, Mário D. (2003). Dicionário de percussão Editora UNESP [S.l.] p. 39. ISBN 8571394482. Consultado em 29 de setembro de2010.

  2. ANGOP. "Museu de Antropologia acolhe amostra de instrumentos musicais" (em Português). 8 de janeiro de 2007. Consultado em 5 de maiode 2010.

  3. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.250

  4. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 743

  5. Redinha, José (1984). Instrumentos musicais de Angola. sua construção e descrição. Notas históricas e etno-sociológicas da música angolana (Coimbra: Instituto de Antropologia. Universidade de Coimbra).

Elson Amendola Machado

Historiador e Pós graduando em História do Rio de Janeiro


 
 
 

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